segunda-feira, 20 de abril de 2009

O que eu guardo de você pra mim...

{1º ato: Ouvi uma nota soando, um acorde que
aprendi, uma voz familiar começa a cantar}


Deixa eu contar aquela história que a sua voz soprou. Então o ar se regenera, eu gosto do que o vento carrega, é como se fosse uma nova atmosfera. Tão peculiar. É como se tudo virasse paisagem e minha mente desenhasse cada palavra que você diz.... Me leve até lá! É um um abrigo feito com traços que só você sabe concretizar. São linhas tão simples, um modo de soar tão familiar. Eu poderia me mudar e morar aqui.

{2º ato: Caem as luzes. O vento e seu barulho.
Quando a luz volta eu vejo seus quadros}


No estrondo de um trovão a janela estremece. Parece uma fúria, mas é tão pacífico! Você franze a testa, mas não me convence. Quando te observo do lado de baixo teus olhos carregam tanta alegria, uma euforia contida e a expressão deles ainda parece tão mais forte do que qualquer coisa que você queira representar.Eles brilham com tanta força, parecem aquelas pequenas estrelas que eu tanto gosto de admirar quando o céu está ameno. Quando te observo do lado de baixo você parece tão maior. Maior que isso é só o tanto que eu posso admirar. Você tem tanta posse do seu lugar, você sabe que é lá, que aquele é seu território... Você pisa firme e suas botas ecoam um som. São alguns passos das pegadas que você imprime, num caminhar determinado, de quem sabe onde quer chegar.

{3º ato: O passeio dentro de
si}

No começo eu gostava de ouvir o que você tinha a dizer, parecia apenas isso... Era como se eu encontrasse o caminho para dentro de mim... O que você faz de melhor é o que eu mais gosto de ter na vida. Preenche meus ouvidos e acalma meu coração. Coisas que só uma canção pode fazer.Mas você sabe qual é seu território, e sabe como caminhar até ele. E também sabe que quando usa suas botas deixa pegadas mais firmes. Você brinca que sabe tudo e que nunca erra. E se fosse sério eu não me importaria. Não quero ter razão, só quero ser feliz.Mas eu também tenho meus atrevimentos. Acho que aprendi a conhecer suas expressões, acho que aprendi a lidar com as suas variações, mas meu maior atrevimento é crer que às vezes você me coloca a salvo de muitas delas. Você me conta de defeitos que eu não posso ver e camufla qualidades tão latentes. Você pode não acreditar, mas eu já decorei tantos dos seus traços e tons. Eu já entendo mais do que você pode imaginar.

{4º ato: O final}


Queria poder te contar do que é tangível, mas não sei como falar das coisas que se medem. Gosto da sensação do infinito, de ir além, de perder de vista... Porém, por vezes, queria que pudesse tomar medida do quanto de admiro, do quanto me acrescenta, dar nomes ao que me representa, saber explicar... Desejo que um dia tenha noção do quanto aprecio... Aprecio a ti como pessoa, aprecio tua companhia, aprecio até o silêncio que colhemos quando tudo parece tão exaustivo... Não entenda como um egoísmo, mas é bom saber que posso dividir o fardo disso com você ao mesmo tempo que recolho os meus problemas para mim para que eles não tenham influência nenhuma sobre você.
O que eu guardo de nossos dias, de quase todos que com você venho compartilhando... Tantas vezes tive que amargar frustrações de ter que passar tanto tempo por obrigação e por você eu só posso dizer... obrigada!

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