domingo, 2 de agosto de 2009

E vai embora uma parte de mim...


entende quem já foi recebido por alguém que corria em sua direção. Que pedia seu colo todo fim de dia. Que depois da maior trapalhada do mundo te olhava de um jeito tão doce que te desarmava. No lugar de uns tabefes, um beijo na testa.

Na minha eterna desilusão com os seres humanos, perdi mais uma parte doce em mim hoje. Um dia eu quase vi acontecer, ela sempre foi a mais 'rebelde' - a primeira que nasceu, a cara da mãe.

Lembro que esteja chegando em casa, ela me viu - estava do outro lado da rua - foi atravessar e se jogou na frente de um carro. O motorista viu meu desespero e parou.Eu agradeci, a segurei firme em meus braços para que ela entedesse que só comigo estaria protegida.

A árvore do outro lado da rua parecia tão mais atrativa, e ela era só uma criança naquela fase que quer conhecer tudo, e agora eu fico aqui com tudo que conheci sobre ela!

Sempre a mais precoce, foi a primeira que abriu os olhos, a primeira que parou de tomar leite, a primeira que atravessou as grades do portão e foi pra rua, sempre a mais difícil de trazer de volta.

Ontem estavamos todos em torno dela e de seus irmãos, acarabavam de completar 4 meses.

Tinhamos planos, mudamos a nossa rotina e fizemos coisas que só entenderia alguém que vê a pureza que existe em um animal - termo que incompreensívelmente é utilizado para ofender pessoas e, para mim, ofende o animal quando chama-se o ser humano de um.

De noite eu estava aqui, onde estou agora. Lembro que todos eles vieram me cercar porque eu havia passado o dia todo fora. Todos eles brincavam e ela... Ela dormiu em cima dos meus pés, se aninhando de um modo tão desconfortável, mas para ela pouco importava.

E todo canto dessa casa sempre será uma lembrança, antes era engraçado a gente vê-la crescendo contando tudo que ela já fez, agora é tão doloroso quanto olhar para aquele canto onde vi aquela pá suja de terra, perto de onde pela última vez eu vi o brinquedinho favorito dela, que acabamos não encontrando mais.

Engraçado que quando ela viu aquele chaveiro de ratinho ela se apossou! Carregava ele pela boca através da casa e rosnava para seus irmãos quando eles queriam tirá-lo dela.Uma série de coisas nessa casa eram só dela.

E dentro de mim fica um lugar vago, que ela conquistou com aquele jeito de olhar igualzinho ao da mãe dela quando chegou em casa, que dobrou todo mundo e fez a gente ficar com um gato quando não tínhamos mais condições.

Meu coração dói, como se tivessem arrancado um pedaço dele, como se ele tivesse sido atropelado... Que ironia!Ao que tudo indica, no meu caso só vão ficar sequelas. Mas à essa altura eu só consigo lembrar que o caso dela foi fatal!


Minha linda Minnie, é simples...Eu sempre te amarei!




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