sábado, 16 de maio de 2009

Terceiras pessoas

Ouviu algumas palmas. Vai e olha em teu portão.
Vinha sem flores, cara limpa e a respiração ofegante de quem correu pelos dois últimos quarteirões. A pressa que nasce quando a gente tem tanta vontade que algo chegue logo que se pega olhando no relógio precisamente de 3 em 3 minutos.
Treina sorrisos no espelho, ensaia gestos e sabe que seu destino certo é um abraço. Algumas pessoas não gostam de se programar enquanto outras posicionam tudo com os maiores cuidados. E, acredite, às vezes o ato de ser menos natural não altera em nada a proporção da veracidade dos sentimentos, pelo contrário, mostra um cuidado que se tem.
Apóia o pé direito sobre o chão, que seja o começo de um dia de sorte. Enquanto o vento se espalha pelo ar, um perfume tão familiar fica solto, passeando entre todos os sentidos. Não é como quando se chega na casa da avó recebido por aquele cheiro inconfundível das lembranças da infância, mas remete ao lar do mesmo jeito. Poucas moradias são mais seguras do que morar em alguém.
Palavras são ditas, as coisas que são vistas. Ah, que saudade de cada detalhe! Você não se importa se eu olhar minunciosamente para cada um deles? Algumas pessoas possuem paixão por estudar as outras. Eu posso falar mais do seu rosto do que o seu espelho.
Os ponteiros do relógio passam descompassados para quem aprecia os bons momentos. Mas mesmo assim não fica aquela sensação incômoda, pois cada segundo que se passa leva à mesma conclusão.
Enquanto observa, se pergunta: "como é que eu consegui ficar longe?"

Já diria Nando Reis "tornar o amor real é expusá-lo de você pra que ele possa ser de alguém"
Até lá... Ele não é real!

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